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Casamento/ Divórcio, uma nova perspectiva bíblica.

 

Por Pr. Valdemir José de Matos 

 

                    

                                                                                                                                                            Bíblia King James

INTRODUÇÃO

Tenho certeza que o caro leitor já leu, ouviu e assistiu muito material a respeito do divórcio na igreja. Então a pergunta: Porque mais um livro a respeito de algo tão debatido? Talvez seja porque não há consenso ou que na maioria das vezes ficam mais dúvidas do que respostas, por ser tão atual trazendo sofrimento à família cristã em geral, pois o contexto exige respostas claras e alicerçadas nas Escrituras.

Desta forma me propus abordar de uma forma diferente, partindo de um princípio bíblico básico: O que é o casamento segundo as Escrituras? Quais são as características de casamento? O que define casamento?

 

A meu ver, não há clareza a respeito do divórcio porque a noção de casamento é eivada de concepções culturais, costumes, tradições humanas e de religiosidade sem base escriturística. Também há o medo de confrontar essa realidade estrutural (religiosa) de perder o privilégio ministerial contrariando o status quo estabelecido, de ser visto como alguém contrário à família, herege etc...

Evangelho é confronto em todos os níveis espirituais e materiais por isso, uma abordagem mais direta se faz necessário.

Se eu conseguir que ao lerem, dediquem algum tempo a respeito em oração e meditação nas citações apresentadas, terei alcançado meu objetivo.

 

                                                             Sole Dio gloria!

 

CASAMENTO

 

Significado de Casamento

substantivo masculino

 

União que, efetuada de modo voluntário e entre duas pessoas, é sancionada de acordo com a lei, dando origem a uma família.Cerimônia, civil e/ou religiosa, em que se celebra a ação do casamento.[Por Extensão] Qualquer relação que se pode assemelhar ao casamento; que estabelece uma relacão de semelhança àquela entre os cônjuges.[Figurado] Ligação associativa; aliança: o casamento econômico de dois países.[Figurado] Ação daquilo que se combina de maneira harmoniosa ou íntima: o casamento entre a verdade e a realidade.Uso Antigo. União entre um homem e uma mulher e sua relação conjugal.Ação ou efeito de casar ou de se casar.Etimologia (origem da  palavra casamento). Casar + mento.

https://www.dicio.com.br/casamento/

 

Podemos observar que não especifica os critérios emocionais que  qualificam o casamento. Aqui está a confusão, pois desde que sejam unidos pela lei ou religião se configura em casamento e ponto final. O entendimento da igreja de modo geral a respeito se baseia nisto: Mc 10.9 “...Portanto, o que Deus uniu, não o separe o ser humano!”. BJA

Todas as vezes citam este versículo como definitivo sobre o casamento sem uma análise profunda a respeito. Se for assim questiono: TODOS OS CASAMENTOS FORAM UNIDOS POR DEUS? ALGUÉM PODE AFIRMAR QUE TODOS OS CASAMENTOS FORAM DE FORMA DIRETA UNIDOS (juntados) POR DEUS?

 

Então os que se casaram por ganância, para ficarem ricos não estão se prostituindo?

Qual a diferença da meretriz que vende o corpo com a casada por causa de riquezas? O fato de assumir um contrato no civil e religioso é sancionada ou aprovada por Deus? Percebe caro leitor que casamento não é tão simples como tentam se iludir?...Os sentimentos e convivência (não conveniência) não importam pra Deus? Usam a palavra para generalizar o casamento, mas com certeza discordam de muitos motivos que o objetiva.

Ef 5.25 “Maridos, cada um de vós amai a vossa esposa, assim como Cristo amou a sua Igreja e sacrificou-se por ela,..” BJA

Uma exegese superficial deste texto deixa claro o que o amor deve motivar, realizar e manter o casamento segundo as Escrituras e tenho certeza que ninguém ousaria discordar disto.

Questiono outra vez: QUANTOS CASAMENTOS SÃO REALIZADOS SEM AMOR? Querem a aprovação de Deus afinal, assinaram o contrato e o padre ou pastor abençoou.

 DEUS NÃO CONTRARIA SUA PALAVRA!

 

As pessoas discutem sobre divórcio, mas nem ao menos sabem ou explicam o que seria casamento segundo a vontade de Deus expressa nas Escrituras. Por isso que apresento outra abordagem bíblica a respeito do assunto refletindo:

Qual é a diferença entre os ímpios se casarem e divorciarem como se trocam de roupas e os irmãos que se casaram sem amor? NENHUMA!

No nosso meio cristão há casamento por conveniência, cito exemplos conhecidos:

 

- Casar com a filha do pastor pra galgar posição ministerial e na maioria das vezes funciona, mesmo sem ter vocação, não importa, pois se o pastor disse, está decidido. E quem vai contrariar o medalhão? Ninguém.

 

- Casar a irmã (o) divorciada (o) ou viúva (o) com o (a) irmã (o) ‘abençoado (a) porque é de Deus pelo simples fato de pertencerem à mesma denominação. É o mais comum e o caro leitor já deve ter visto acontecer muitas vezes. Existe uma pressão para “ajudarem os corações a se amarem” principalmente com aqueles ‘irmãos encalhados’ e tudo isto revestido de zelo e direção do Espírito. Como se casamento fosse obrigação escriturística de todos a qualquer custo.  Hipocrisia!

 

- Casar com o irmão próspero da igreja para ter uma vida estável, seria uma benção.

- Casar porque ele (a) é muito bonita (o) afinal, quem quer uma mulher /marido feio? Impressionante, ninguém se apaixona pelo irmão (a) fora dos padrões de beleza atuais, por mais verdadeiros cristãos e fieis que sejam. Sou pastor a quase vinte anos, sei do que estou falando, muito triste isto.

 

- Casar com uma grande diferença de idade, afinal é fácil amar uma mulher ou homem jovem sendo de idade já avançada, não é mesmo? Muito fácil mesmo. Principalmente a liderança, que tem destaque e proeminência pode se dar ao luxo de escolher a irmã mais jovem para firmar sua masculinidade. Isto acontece em 99,999999...% dos casos. É no mínimo estranho, não?

 

- Casar para ter o que comer. Infelizmente já vi acontecer. Uma irmã abandonada pelo marido se converteu e com duas crianças pequenas pra criar aceita se casar com o primeiro crente que aparece por medo da solidão e desamparo. Ele rejeitado pela maioria das desejadas, por vários motivos, solitário vê na irmã um escape da solidão, ela desesperada pelos motivos acima citado e casam-se.

 

Um casal de irmãos que a mulher sofre agressão física e emocional pode ser considerado unido por Deus? Na igreja é um santo, mas, em casa, um demônio.

 

Um viciado em drogas que não zela pela sua família, vende tudo até o leite de seus filhos para manter seu vício, é casamento?

 

Existem outros exemplos, mas acho que estes são suficientes para nossa reflexão do meu ponto de vista.

Podemos perceber o porquê de muitos casamentos evangélicos não darem certos e acabam se divorciando. São situações insustentáveis, literalmente. E ai vem os “defensores da família” (ênfase proposital) e dizem simplesmente: Se casaram agora se virem pra viver, ou sofram as consequências nas mãos de Deus! Não percebem que pecaram desde quando se casaram e a manutenção do casamento produz maior impiedade, somando dor e sofrimento a ambos e para as suas famílias.

 

 

 

CASAMENTO SEGUNDO AS ESCRITURAS

 

Além do amor citado como exigência outras referências:

Ef 5.28 “Sendo assim, o marido deve amar sua esposa como ama o seu próprio corpo. Quem ama sua esposa, ama a si mesmo!”.  Ou seja, ao ponto de ter o mesmo cuidado com seu corpo físico (sustentar, preservar, nutrir, zelar, defender..), ter para com sua esposa.

 

I Cor 7.33 “Entretanto, quem é casado preocupa-se com os negócios deste mundo, em como irá agradar sua esposa; 34e fica dividido. A mulher que não é casada e a virgem se ocupam dos assuntos do Senhor para serem santas, tanto no corpo como no espírito. A mulher casada, no entanto, preocupa-se com os negócios do mundo e de como irá agradar seu marido.” A ênfase em agradar denota uma dedicação especial como obrigação de contentar, satisfazer, causar prazer, afagar, ter encantos.

 

Tt  2.4b “.. as mulheres mais jovens a amarem seus maridos e filhos,”

 

Tt 2.5 “...a serem equilibradas, puras, dedicadas a seus lares, a cultivarem um bom coração, submissas a seus maridos, a fim de que a Palavra de Deus não seja difamada.” Submissão, esta palavra dói nos ouvidos das mulheres, principalmente as feministas cristãs. Mesmo sendo mal interpretada pelos machistas gospels, não justifica a insubmissão da esposa. É no sentido de estarem debaixo de uma mesma missão, juntos que é dever da esposa fiel.

 

Cl 3.18 “ Mulheres, cada uma de vós seja submissa ao próprio marido, pois assim deveis proceder por causa da vossa fé no Senhor.” Não é rebaixar-se como pessoa, mas assumir seu papel por causa (motivo) da fé no Senhor.

 

Ef 5.22 “Esposas, cada uma de vós respeitai ao vosso marido, porquanto sois submissas ao Senhor; 23porque o marido é o cabeça da esposa, assim como Cristo é o cabeça da Igreja, que é o seu Corpo, do qual Ele é o Salvador. 24Assim como a igreja está sujeita a Cristo, de igual modo as esposas estejam em tudo sujeitas a seus próprios maridos”. Esta comparação não deixa dúvidas de como devem se portar as esposas no casamento.

Para que possamos afirmar que Deus uniu um casal devemos entender que se casaram de acordo com os ditames do Senhor expressos nas Escrituras, ou seja, por amor e obediência à Palavra durante ma vida de casados.

 

E o divórcio?

Para aqueles que se casaram por amor  e obedecem durante sua vida de casados às exigências apresentadas nas Escrituras...É IMPOSSÍVEL!!!

“...Portanto, o que Deus uniu, não o separe o ser humano!”.

 

Para os demais que não se enquadram nas exigências das Escrituras podem se separar ou não porque para Deus não se casaram. Não tem compromisso com Deus, Deus não tem compromisso com eles. Não se preocuparam em ter Cristo como norteador de suas vidas conjugais, Jesus também não se envolve nestes contratos meramente mundanos.

II Tm 2.12 “..se perseverarmos, com Ele igualmente reinaremos; se o negarmos, Ele também nos negará;

Mt 10.30 “Entretanto, qualquer que me negar diante das pessoas, também Eu o negarei diante de meu Pai que está nos céus.

Lc 12.19 “No entanto, o que me negar diante dos homens será negado diante dos anjos de Deus.”

Jo 2.3 “Todo o que nega o Filho de igual forma não tem o Pai; quem confessa publicamente o Filho tem também o Pai.”

Interpretam negar como apenas expressão de palavra diante de uma inquisição, mas não é assim observe: Tt 1.16 “ Eles professam que conhecem a Deus; mas pelas suas obras o negam -lo , sendo abomináveis, e desobedientes, e réprobos para toda boa obra.”

 

Percebe a diferença? Você acha ainda que todos os casamentos são unidos por Deus?

 

Podem objetar: Como saberemos quem realmente são casados, unidos por Deus? Simples...Como sabemos se um cristão é verdadeiro?

Usando o mesmo critério sobre os falsos profetas , aqui sobre os falsos casamentos: Fica evidente desta forma em saber o que é verdadeiro ou falso: Através dos frutos. Mt 7.15  Acautelai-vos quanto aos falsos profetas. Eles se aproximam de vós disfarçados de ovelhas, mas no seu íntimo são como lobos devoradores. 16 Pelos seus frutos os conhecereis. É possível alguém colher uvas de um espinheiro ou figos das ervas daninhas? 17 Assim sendo, toda árvore boa produz bons frutos, mas a árvore ruim dá frutos ruins. 18 A árvore boa não pode dar frutos ruins, nem a árvore ruim produzir bons frutos. 19 Toda árvore que não produz bons frutos é cortada e atirada ao fogo. 20 Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.

 

Uma coisa eu sei: Um casamento que não se conforma com os padrões bíblicos NÃO É DE DEUS.

Uma união sem amor recíproco: NÃO É CASAMENTO APROVADO POR DEUS.

Um marido que agride a esposa: NÃO É CASAMENTO APROVADO POR DEUS.

Uma esposa que não se submete ao marido em amor: NÃO É CASAMENTO APROVADO POR DEUS.

Um marido que não ama sua esposa ao ponto de morrer por ela: NÃO É CASAMENTO APROVADO POR DEUS.

Uma união de compromisso materiais: NÃO É CASAMENTO APROVADO POR DEUS.

Uma união por conveniência: NÃO É CASAMENTO APROVADO POR  DEUS.

Uma união de cristão(ã) com ímpio(a) : NÃO É CASAMENTO APROVADO POR DEUS.

 

CONCLUSÃO:

Não podemos envolver o Senhor em matrimônios que seus agentes principais (cônjuges) sequer creem Nele. O Senhor não se envolverá, antes Ele os rejeitará.

Precisamos parar de citar ” o que Deus uniu não separe o homem” como regra para todos os casamentos e baseado nisto (des) aprovar o divórcio.

 

De seu eterno aprendiz Senhor Jesus...Valdemir.

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