Estudo sobre o uso do véu pelas mulheres
Pr. Valdemir José de Matos
Bíblia King James
1. INTRODUÇÃO.
O uso do véu pelas mulheres é de longe motivo de debate entre os cristãos de todos os tempos. Muitos argumentos são apresentados para a não obediência deste ensino Paulino entre as denominações evangélicas de todas as linhas sejam elas Tradicionais/ Pentecostais/ Neo pentecostais.
Este estudo tem por objetivo esclarecer algumas questões quanto ao vigor deste ensino em nossos dias, levando em conta os argumentos contrários conhecidos pelo autor em uma análise histórica, cultural e acima de tudo bíblica.
Minha intenção é ensinar com bases sólidas e concretas nas Escrituras que segundo definiu a Confissão de fé de Westminster: “As Escrituras são a nossa regra de fé e prática”.
Soli Deo gloria.
2. DEFINIÇÃO.
Segundo o Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa:
Véu. [Do lat. Velu] S.m 1. Tecido com que se cobre qualquer coisa.
2.Tecido transparente com que as mulheres cobrem a cabeça e/ou rosto em determinadas circunstâncias.
2.1Esclarecimentos preliminares necessários.
Devemos observar que existe um ponto pacífico neste ensino; que o uso do véu na igreja de Corinto era uma realidade. Em quase todas as traduções da bíblia nós podemos observar o subtítulo: (que não faz parte do manuscrito original e induz erroneamente a entender que somente nesta igreja as mulheres usavam o véu) O USO DO VÉU NA IGREJA DE CORINTO. Sendo assim não iremos nos ater a este aspecto, buscaremos entendimento onde não haja esta concordância.
A Carta de Paulo aos Coríntios é chamada de ‘carta de repreensão’, pois foi escrita para corrigir e orientar a igreja quanto aos diversos aspectos praticados por eles em um ambiente difícil para o viver cristão. Cito algumas de suas características para melhor entendermos o contexto deste ensino.
... a igreja em Corinto era bastante grande (At 18.8-10) [..] Contavam com alguns judeus convertidos em sua comunidade ainda que fosse predominantemente gentia e ex-pagã em seu caráter, contando com significativa proporção de membros vindo de um passado de vícios ( I Cor 6.11)..[..] pareciam preocupados em enegrecer o caráter de Paulo [..] os hábitos pagãos ( I Cor 6.15) os clubes pagãos ( I Cor 8 e 10 ) as refeições em templos pagãos ( I Cor 10.27 ) eram coisa que faziam parte do ABC [..] deliciavam na retórica barata ( I Cor 1.20 ) comparações... baseadas num falso critério ( I Cor 3.4 ) assumindo atitude de confortável superioridade ( I Cor 4.10 ) [..] tendência para facções e divisões ( I Cor 3.3; 11.18, II Cor 12.20 ) [..] tribunais pagãos ( I Cor 6.1-6 ) [..] incesto tolerado ( I Cor 5.1 ) enquanto que outros negavam que a vida casada poderia ser santa ( I Cor 7 ) [..] os coríntios estavam se comportando ‘segundo o homem’ ( I Cor 3.3 ) – cedendo às tensões tradicionais e alimentando os preconceitos , a inveja e o ódio. (DOUGLAS, p. 327-328, 1995).
Sejamos sinceros, esta igreja era como qualquer uma de nossos dias.
3. ARGUMENTO RESTRITIVO.
“Era somente para a igreja de Corinto que este ensino vigorou, pois não há citação sobre o uso do véu em outras cartas do apóstolo Paulo”.
Os que assim argumentam se estribam no erro de que a primeira epístola aos Coríntios se prende obstinadamente a fatos locais, logo, o uso do véu pelas mulheres seria específico para aquela igreja local. No entanto o próprio Paulo diz..: I Cor 1.2... à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para serem santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso:
Esta passagem por si só, contraria e desautoriza tal argumento apresentado por aqueles que não concordam com o uso do véu pelas irmãs em nossos dias. Aqui Paulo rompe os limites do espaço e tempo quando diz: “todos e em todo o lugar”. A universalidade desta epístola fica evidente já em seu início quando o apóstolo deixa claro pelo Espírito Santo que o alvo não era somente os irmãos de Corinto, mas de todos os tempos (hoje) de todos os lugares (sua igreja).
O que aconteceria com outros ensinos quanto à ordem nos cultos, a participação na ceia, o ordenamento dos dons espirituais, a sublimidade do amor, a ressurreição dos mortos, e os assuntos pertinentes à coleta, se fossem específicos à igreja em Corinto? Porque negar parte da mesma epístola? Estamos escolhendo o que devemos obedecer?
Este argumento revela que há uma tendência em obedecer ao que é mais conveniente, ou seja, aquilo que seria mais simples, sem muito esforço pessoal para nós de acordo com nossas concepções pessoais.
4. ARGUMENTO: COSTUME DA ÉPOCA.
“O uso do véu era um costume adequado àquela época, mas que não precisa ser observado nas igrejas cristãs atuais”.
Se a afirmação que o uso do véu para as mulheres é coisa do passado e era aplicado somente naqueles dias, isto vale dizer que o inverso também é verdadeiro, ou seja, os homens de hoje deveriam orar com as suas cabeças cobertas, pois Paulo teria determinado somente para aquela época que o homem devia, ao contrário das mulheres, orar com a cabeça descoberta (ICor .11.4 ).
Como mulher pode orar e profetizar (v.5), mas deve conservar devida consideração para com sua posição na ordem criada. Enquanto o homem mostra sua autoridade por ficar sem véu, a mulher mostra a dela, ao usar o véu. O uso do véu manifesta tanto a liberdade como a reserva que pertence à mulher em Cristo. A liberdade ( como em todas as coisas ) se deriva da libertação mediante Cristo; a reserva ( como noutros lugares) se deriva da ordem da sociedade conforme a sanção divina. (BROWN & COENEN, p 258, 2000).
A cultura de um povo pode anular a autoridade das Escrituras? A Bíblia ou a cultura é a Palavra definitiva Deus? Os ensinos cristãos estabelecidos nas Escrituras devem-se amoldar à cultura local, não deveria acontecer o inverso?
O desejo de Deus está expresso no Novo Testamento para orientar sua igreja independente de que cultura ou costume se deriva. Sendo sancionado pelas Escrituras, qualquer costume transforma-se em ordenança. E como tal deve ser ensinado e praticado, pois não foram escritos por acaso.
II Tm 3.16 -17 Toda Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente preparado para toda boa obra.
I Cor 11.10 10 “Portanto, a mulher deve trazer sobre a cabeça um sinal de poderio, por causa dos anjos”.
O vernáculo grego exousia (exousia) significa "o direito de fazer alguma coisa", ou seja, a cabeça coberta da mulher (de todas as épocas) lhe outorga autoridade para orar e profetizar e, com essa atitude, ela se legitima perante os anjos e concomitantemente perante a igreja, conforme versos 13 e 16 de I Coríntios 11. Portanto, fica extremamente claro que essa legitimidade é manifestada pelo véu que a mulher trouxer na sua cabeça, pois, o exercício da sua autoridade está sendo demonstrado pelo sinal da sua submissão. Isto é sabedoria de Deus!
Precisamos resgatar que a Bíblia deve ser contínua em nossas vidas, ou então, logo perderá sua autoridade. Sabemos que culturalmente ocorrem mudanças radicais na sociedade, e com isso muitos parâmetros bíblicos estão sendo abandonados. A igreja de nossos tempos abandonou a postura confrontativa. Em vez de transformarem a sabedoria mundana, por meio da verdade revelada, muitos cristãos estão obcecados por encontrarem áreas de concordância. O alvo passou a ser integração e não a confrontação. À medida que a igreja absorve os valores da cultura secular, ela está perdendo sua capacidade de diferenciar o bem do mal. O que acontecerá coma igreja, se todos descerem pelo caminho escorregadio da opinião pública? ( MAcARTHUR, p. 234, 2008 ).
Se não houver uma reação do povo evangélico desta época, outros ensinos serão considerados ultrapassados culturalmente em breve. O que houve com a Sola Escriptura defendida pelos reformadores? Foram tantos irmãos que morreram por amor à Palavra e hoje os teólogos modernos ao invés de ensinar a Bíblia, ensinam cultura humana em afronta direta contra a Palavra.
5. ARGUMENTO DA INFERIORIDADE DA MULHER.
“Como a mulher é inferior ao homem, deve cobrir sua cabeça para orar e profetizar, ou seja, para estar no mesmo nível”.
É lamentável a errônea interpretação de que a sujeição das mulheres pelo uso do véu é um sinal de que elas são inferiores aos homens. Submissão não é sinônimo de inferioridade. Jesus sujeitou-Se ao Pai, porém, jamais Lhe foi inferior porque Ele - assim como o Pai - é Deus. Jesus deixou claro isso ao afirmar que enquanto ele aqui estivesse o Pai seria maior e não melhor que Ele. Isto diferencia sujeição de inferioridade (Jo 10.30; 17.11,21-23).
Gn 1.18 “Disse mais o Senhor Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma ajudadora que lhe seja idônea”. Vrs 21 “Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre o homem, e este adormeceu; tomou-lhe, então, uma das costelas, e fechou a carne em seu lugar; 22 e da costela que o senhor Deus lhe tomara, formou a mulher e a trouxe ao homem. 23 Então disse o homem: Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; ela será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada. 24 Portanto deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão uma só carne”.
Todo o ensino de Paulo a respeito da submissão da mulher se baseia nestas passagens tendo relação com a criação, ou seja, como ajudadora não como inferior. Após a queda, houve o castigo: Gn 3.16 b “...e o teu desejo será para o teu marido, e ele te dominará”. Que desejo é este? Justamente o desejo de ser o cabeça, ou seja, negar sua fonte, origem, que Deus criou-a para ser submissa ao homem . I Tm 2.13 Porque primeiro foi formado Adão, depois Eva.
Desta forma quando negam o uso do véu, negam a submissão da mulher, pois o uso sinaliza, aponta para esta submissão criada por Deus.
Somente quando nós estamos no lugar em que Deus nos quer, é que conseguimos ser felizes. A desobediência é justamente negar a dominação divina na humanidade. Assim como homem, a mulher somente será mulher (verdadeiramente, como Deus criou) se obedecer a todos os mandamentos de Deus em todos os seus aspectos, inclusive durante a oração e quando profetizar.
II Tm 2.5 “E se um homem também se esforça para obter magistrados, ainda assim ele não é coroado, a não ser que ele se esforce legalmente”. Ou seja para ser recompensado tem que obedecer as regras.
6. ARGUMENTO DA SUBSTITUIÇÃO.
“O cabelo comprido das mulheres substitui o uso do véu na igreja”.
Jamais Paulo fez tal afirmação. O uso da figura de linguagem do cabelo comprido das mulheres, que para elas era uma glória, pois a cabeleira lhe fora dada em lugar da mantilha (I Co.11.15), é uma explicação à sua própria indagação “... julgai entre vós mesmos: é conveniente que uma mulher ore com a cabeça descoberta a Deus?” ( I Co.11.13 ). Essa figura de linguagem em hipótese nenhuma anula a obrigatoriedade do cumprimento do verso 10.
É erro grotesco afirmar que o cabelo comprido do verso 15 substitui o véu do verso 6, pois os vernáculos usados no original grego para essas vestimentas não são os mesmos, ou seja, no verso 6 trata-se realmente de um véu katalipsw peça de tecido mais leve, e no verso 15 de mantilha, vestimenta feminina mais pesada usada no cotidiano.
Aprendemos em Hermenêutica que em nenhuma hipótese devemos fixar uma doutrina ou norma tendo como base uma figura de linguagem, pois ela serve somente para ilustrar. Aquilo que está sendo ilustrado é que deverá prevalecer.
7. ARGUMENTO: PRESENÇA MASCULINA.
Se não houver varão presente às reuniões a mulher pode orar sem véu.
Outra afirmação improcedente. A mulher não usa véu por causa do homem, mas por causa dos anjos, como sinal da sua autoridade e submissão à ordenança contida na Palavra de Deus. Os versos 5 e 6, de I Coríntios 11, são extremamente claros “... toda mulher que ora ou profetiza com a cabeça descoberta desonra a sua cabeça, porque é a mesma coisa como se estivesse rapada. Portanto, se a mulher não se cobre com véu, tosquie-se também; se, porém, para a mulher é vergonhoso ser tosquiada ou rapada, cubra-se de véu”.
Paulo ilustra a cabeça descoberta com a punição que era dada às mulheres devassas. O Espírito Santo levou Paulo a ser extremamente enérgico nessas colocações. De fato ele está afirmando que seria vergonhoso para a mulher orar com a sua cabeça descoberta porque, desta forma, estaria se colocando no mesmo nível daquelas que, por viverem no pecado, eram excluídas da sociedade.
8. ARGUMENTO PRECONCEITO DE PAULO.
Paulo não gostava de mulher.
Sem dúvida essa afirmação é maligna. O movimento feminista infiltrado em algumas igrejas tem lançado essa leviandade, com a maldosa insinuação de que Paulo era casto por não gostar de mulher.
Quanta maldade somente para justificar o não uso do púlpito e o uso do véu pelas mulheres nas reuniões públicas da igreja local! As revelações contidas na Palavra de Deus não são de entendimento humano, mas por inspiração do Espírito Santo. Paulo afirma em IITim.3:16... “Toda Escritura é divinamente inspirada”. Pedro reafirma em IIPe.1:20-21”... nenhuma profecia da Escritura é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade dos homens, mas os homens da parte de Deus falaram movidos pelo Espírito Santo”.
Portanto, quem manda as mulheres se cobrirem na oração e profecia da igreja com o véu não é Paulo, mas o Espírito Santo que é Deus. A maledicência lançada contra Paulo é indecente, pois ele jamais se desagradou das mulheres ou as menosprezou como ele mesmo escreve em Gl.3:28 “... não há judeu nem grego; não há escravo nem livre; não há homem nem mulher; porque todos vós sois de Cristo Jesus”.
Propositadamente as feministas se esquecem da menção que Paulo faz em suas epístolas às valorosas e dedicadas servas que como ele gastaram suas vidas em prol do Evangelho, e que por certo oravam com as suas cabeças cobertas. É torpeza colocar dúvida sobre a masculinidade de Paulo pelo fato dele praticar a castidade (ICo.7:7-9). Por trás de toda essa desavença criada pelas feministas em torno do uso do véu, está o velado descontentamento das mulheres em usá-lo por entenderem que Paulo teria sido extremamente injusto com elas na medida em que as colocou em sujeição ao homem. Essa idéia é absurdamente errada! A sujeição da mulher ao homem vem desde a criação e não se trata de uma "invenção" de Paulo mas uma determinação de Deus.
Desde o princípio da criação a liderança do homem e a sujeição da mulher são determinadas por Deus, tendo em vista que o homem é a imagem e glória de Deus e a mulher a glória do homem (ICo.11:7). O homem foi colocado no mundo como representante de Deus para exercer domínio sobre a terra e a sua cabeça descoberta é um testemunho silencioso desse fato.
Portanto, o homem não deve cobrir a cabeça, pois tal ato seria um grande insulto a Deus porque estaria cobrindo a Sua glória. À mulher nunca foi dada essa liderança, Deus a colocou como ajudadora do homem.
O diabo, em sua astúcia, induziu Eva a usurpar a liderança que pertencia a Adão na medida em que ela, sozinha, decidiu manter aquele fatídico diálogo. Por isso Deus determinou à mulher: ele (o homem) te dominará (Gn.3:16). Eliminar essa sujeição é coisa do diabo, desde o princípio ele persiste nisso.
Dentre todos os argumentos contrários ao uso do véu pelas irmãs que foram estudados por mim, este é o mais sórdido, parece incrível que em nossos dias pessoas acreditem nisso.
9. ARGUMENTO DO PARADIGMA.
Nas igrejas denominacionais históricas as mulheres não usam véu.
Se somos como somos é porque entendemos que assim devemos ser como igreja de Cristo que somos, ou seja, se nos reunimos dessa forma é porque cremos que devemos ter por modelo a igreja primitiva, que é algo sobremodo difícil em nossos dias em virtude das muitas tradições que foram criadas no meio tido como evangélico.
Assim como ocorreu no judaísmo e no catolicismo, o protestantismo se tem conduzido mais pelas tradições humanas do que propriamente pelas revelações contidas na Palavra de Deus. Amamos os irmãos de todas as denominações, porém, se nos reunimos procurando o padrão autêntico das igrejas neo-testamentárias isto significa que não devemos aceitar tradições humanas misturadas ao ajuntamento solene.
Que diremos então acerca das distorções doutrinárias? Por que então somente determinada prática nos serve, como o não uso do véu, e não há concordância para com as demais? Não seria uma hipocrisia pensarmos dessa forma, ou seja, naquilo que atende aos anseios das mulheres as tradições das igrejas denominacionais devem ser seguidas? Creio que Paulo nos dá essa resposta em I Coríntios 11:16 “... se alguém quiser ser contencioso (ao permitir que a mulher ore sem véu), nós não temos tal costume, nem tampouco as igrejas de Deus”.
10. ARGUMENTO DE UMA CITAÇÃO.
A obrigatoriedade do uso do véu não é um ponto doutrinário por estar revelado em apenas uma passagem da Palavra de Deus.
É sobremodo estranho o ensino que surgiu em nosso meio que uma doutrina bíblica somente é válida quando existe no mínimo mais de uma passagem que confirme a sua condição como tal. É a forma mais simples de querer se olvidar de um aprofundamento nas Escrituras. Certa vez um pastor renomado em nossa cidade apresentou-me este argumento contra o uso do véu. Eu lhe perguntei se o mandamento de “não matar” estivesse apenas em uma passagem das Escrituras, Deus permitiria o assassinato? Também perguntei por que eles não obedeciam a saudação com o “ósculo santo” que está contido em quase todas as epístolas de Paulo ( Rm 16.16, I Cor 16.20, II Cor 13.12, I Ts 5. 26, e Pedro I Pd 5. 14, já que necessita de outras citações. O pastor não respondeu, dando a entender que seu entendimento sobre isto era insustentável.
O nosso assunto aqui não é o de abrir um debate sobre hermenêutica, porém, se essa afirmação fosse verdadeira, a maioria das citações escatológicas não seria doutrinária. Basta lermos o Apocalipse e veremos que grande parte dos assuntos nele contidos somente lá estão reveladas, ou ainda, afirmarmos que os mortos não serão arrebatados antes dos vivos simplesmente pelo fato que isto está revelado somente em I Ts.4:15-17. Que devemos cultuar os anjos porque está registrado em Cl 2.18 apenas. O inverso seria verdadeiro, obviamente. ABSURDO!
É impressionante como inventam tanto por causa de algo tão simples que é o uso do véu pelas mulheres.
11 ARGUMENTO: CONCORRÊNCIA FEMININA.
O tamanho e a cor do véu promovem um desfile de moda na igreja.
Tentam justificar-se para o não uso do véu pelo fato que poderá haver entre as mulheres uma concorrência ou desfile de moda pela multiplicidade de cores e tamanhos dos véus. Justificar que o uso do véu criaria uma disputa de moda entre as irmãs é uma afirmação temerária. Os vestidos, as calças compridas (por vezes coladas ao corpo), as saias (por vezes curtas demais), as blusas, os sapatos, as meias, os brincos, os anéis, os colares, os esmaltes, os batons etc. não geram concorrência, mas o véu promoverá isso? Não devemos subestimar a Deus dessa forma, pois é o Espírito Santo que determina o uso do véu.
Quanto ao tamanho gerar um modismo pelo fato de quanto menor o véu mais elegante a mulher fica, particularmente pode-se entender que se é ruim usar um véu pequeno pior será não usar nenhum. Porém, é verdadeiro que está havendo um abuso em nossos dias pelo uso de minúsculos véus que os descaracterizam como a cobertura estabelecida na Palavra de Deus.
Pelo fato do seu tamanho não ser determinado explicitamente no citado trecho isto não significa que qualquer coisa que se coloca sobre a cabeça estar-se-ia cumprindo com a divina determinação. Convém lembrar que o uso do véu ordenado por Deus não é uma mera vestimenta mas um sinal (ICo.11:10), e por inferência sabemos que qualquer que seja um sinal ele somente atinge o seu objetivo na medida que revela nitidamente aquilo que ele se propôs mostrar.
A prudência e a moderação são virtudes recomendadas para cercear qualquer tipo de exagero tanto para mais como para menos, pois, há que se ter acentuado cuidado com as posições extremistas.
Segundo o consagrado servo do Senhor, William MacDonald (The Believer's Bible Comentary), "...o véu somente é válido quando o seu uso exterioriza a graça interior da mulher. A coisa mais importante no uso do véu deve ser a certeza de que o coração está realmente submisso; o véu sobre a cabeça das mulheres possui esse real significado...". Portanto, o tamanho e a cor não são coisas fundamentais, o que verdadeiramente importa é a sujeição das mulheres às determinações contidas na Palavra de Deus. As cores e tamanhos serão adequados por elas próprias segundo a graça que interiormente possuem pela habitação do Espírito Santo.
Isto equivale dizer que o não uso do véu significa a inexistência de reverência e temor a Deus, e é uma questão definitiva e incontestável na Palavra de Deus. A recusa ou omissão das mulheres com respeito ao uso do véu são demonstrações de rebeldia a Deus. As vozes discordantes são por conta das interpretações de particular elucidação, não por revelação divina.
Que diremos, pois, à vista destes argumentos? Atentemos para o convite de Paulo: Sede meus imitadores, como também eu o sou de Cristo (ICo.11:1). Permita Deus que assim seja!
Quanto à cor do véu, o branco é apresentado literalmente ou não nas Escrituras como referência à santidade Is 1.18, Jo 20.12, At 1.10, Ap 3.4-5, 20.11 entre outros textos. Somente por isso é que aconselhamos ser brancos os véus das irmãs.
Referente ao tamanho deve cobrir a cabeça como os cabelos, pois são apresentados por Paulo como sendo cobertura, uma natural para todos os aspectos diários e uma cobertura acrescentada para oração e profetizar.
12. CONCLUSÃO.
Após havermos estudado com imparcialidade todos os argumentos conhecidos por mim, apresento o que as Escrituras ensinam sobre o porquê de as irmãs usarem o véu: POR CAUSA DOS ANJOS.
Mesmo que inconscientemente, ao negarem este ensino negam também a existência dos anjos. O motivo do uso do véu são os anjos. Apresento uma passagem que nos facilitará o entendimento: I Cor 7. 2 “...mas, por causa da imoralidade, cada um deve ter sua esposa e cada mulher o seu próprio marido”.
O motivo explicado para que não haja imoralidade (o quê) é o casamento(o porquê, motivo ). Negar a imoralidade é o mesmo que negar o casamento e vice-versa. Todos são unânimes em concordar com o matrimônio e que há imoralidade, pois nenhum cristão sincero discordaria.
Da mesma forma o uso do véu (o quê) são os anjos ( o porquê, motivo ). Mas que anjos são estes?
A Palavra cita três categorias: anjos ministradores Hb 1.14; anjos malignos Mt 25.41; anjos das igrejas ( a maioria dos intérpretes entendem que são os pastores ) Ap 1.20.
Como não está claro qual tipo de anjos o apóstolo se referia, consideraremos todas as possibilidades.
Se referir-se aos anjos ministradores, o uso do véu (quando orar e profetizar) implica em a mulher posicionar-se em submissão ao homem desta forma adquire e exerce poder ou autoridade no sentido de desfrutar honra por sua presença constante na vida das irmãs.
Se referir-se aos anjos demoníacos, o uso do véu (quando orar e profetizar) implica em a mulher se posicionar em submissão ao homem desta forma adquire e exerce poder e autoridade no sentido de domínio, exercitar força contra eles.
Se referir-se aos anjos da igreja os pastores, o uso do véu (quando orar e profetizar) implica em a mulher se posicionar em submissão ao homem, desta forma adquire e exerce poder autoridade no sentido de reconhecer respeito por ele.
Seja qual for o tipo de anjo citado em I Cor 11.10 o mandamento continua sendo tão ativo como foi na igreja primitiva. Todos os tipos de anjos estão em pleno vigor ainda hoje e por isso a mulher deve cobrir a cabeça com o véu ao orar e profetizar. Os anjos são aculturais (não dependem de cultura humana para existir), são atemporais (existirão em todos os tempos).
E quanto às igrejas que não obedecem como devemos nos portar?
Somos irmãos em Cristo Jesus e não devemos permitir que nada nos separe, afinal somos “Um só Corpo” Devemos respeitá-los naquilo que aprenderam e quando questionados, ou ter oportunidade devemos apresentar nossos argumentos bíblicos para a observância deste ensino. Também não podemos permitir sermos desrespeitados naquilo que nós aprendemos.
Por isso que o Senhor Jesus me concedeu graça para sistematizar o ensino neste trabalho. Por ser um estudo acadêmico de circulação livre, estou à disposição para eventuais críticas e ou, contestações desde que sejam baseadas nas Escrituras em amor fraternal.
De seu eterno aprendiz Senhor Jesus....Valdemir.
BIBLIOGRAFIA
AURÉLIO, B,H F O novo dicionário da língua portuguesa, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1975.
BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada. Nova Versão Internacional. São Paulo: Sociedade Bíblica Internacional, 2000.
COLIN, B & COENEN ,L Dicionário internacional de teologia do Novo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 2000.
DOUGLAS, J. D O novo dicionário da Bíblia, São Paulo: Vida Nova, 1995.
MAcARTHUR,J A guerra pela verdade, São José dos Campos: Editora Fiel, 2008.
RIDDERBOS, H A teologia do apóstolo Paulo, São Paulo: Cultura Cristã, 2004.
<http://irmaos.net/estudos/veu01.html>